Durante o período da inter-temporada, os fãs da NFL se sentem frustrados, podendo apresentar sintomas de abstinência aos fins de semana, especialmente no domingo, que podem incluir desejos por petiscos e comidas típicas que acompanham uma bebida bem gelada, vazio existencial e adormecimento de grandes emoções.
Porém, a intertemporada é muito importante para todos os times da liga, que estão se reorganizando para dar o pontapé inicial com o melhor e mais preparado elenco possível para competir pelo troféu Vicent Lombardi. Além do Draft, uma outra questão essencial a ser levada em conta para pensar em novas contratações é o Salary Cap.
O primeiro ponto importante para entender como funciona o Salary Cap é que nos esportes americanos existe um teto salarial, criado para tornar os jogos mais competitivos e gerar uma igualdade maior entre os times. No caso da NFL, os times têm um limite de quanto podem gastar no salário de todos os seus jogadores somados. Assim, a lógica é que se um time paga um salário muito alto ao seu quarterback, por exemplo, terá que oferecer salários mais modestos aos outros jogadores.
À grosso modo, esse limite é calculado com base no que a liga faturou na temporada anterior com direitos de imagem e reprodução, ingressos e patrocínios. O teto de 2022 está em U$ 208.2 milhões.
Há outras variáveis que dificultam o entendimento do Salary Cap dos times. Por exemplo, é possível que um time fique “devendo” à jogadores que já saíram da equipe; ou há que se considerar jogadores da injury list. Além disso, o carryover é o dinheiro que um time pode acumular de anos anteriores para o próximo, carregando essa quantia que sobrou pra gastar em outro momento.
Este ano, como podemos ver nas projeções não oficiais da tabela abaixo (fonte: overthecap.com), há times bem confortáveis para pensar em uma reestruturação e times que terão que fazer concessões se quiserem fortalecer seu elenco.
A primeira coluna mostra o valor efetivo do Salary Cap de cada time no momento. A coluna “Simple Restructure” é o valor que cada time pode recuperar com manobras de contratos consideradas simples, pois geralmente são negociadas com certa facilidade com os jogadores. Uma das manobras é dividir um valor total oferecido à um determinado jogador em anos subsequentes. Então, uma franquia pode oferecer um contrato de US$15 milhões à um bom jogador, divididos em três anos, por exemplo.
Já a coluna intitulada “Maximum Restructure” diz respeito ao máximo valor possível que pode se recuperar através de manobras mais ousadas e mais complexas de serem negociadas com os jogadores. Uma delas é oferecer um valor menor de contrato porém com mais bônus por desempenho durante a temporada. Como é um valor condicional, é mais complicado de ser aceito por jogadores de elite.
As colunas “Possible Cap Space” mostram como ficaria o Salary Cap após as manobras contratuais em ambos os casos.
Assim, vemos que os times em pior situação, atualmente, são New Orleans Saints, Green Bay Packers, Dallas Cowboys, New York Giants e Los Angeles Rams. Uma reestruturação, no entanto, pode colocar esses times em uma situação de Salary Cap positivo, possibilitando novas contratações na free agency.
Já os times em situações mais confortáveis para se reorganizarem são Miami Dolphins, Los Angeles Chargers, Jacksonville Jaguars e Cincinatti Bengals.
Sendo assim, é preciso ficar atento na intertemporada para ver como fica a situação de cada time a cada negociação. Como está a situação do seu time?
Foto: Reprodução Huddle Magazine
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