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NFL e suas vozes contra o racismo

Atualizado: 9 de mar. de 2022



As vozes contra o racismo têm se tornado mais audíveis nos últimos tempos. Especialmente após o assassinato de George Floyd por um policial branco, em 25 de maio de 2020. Porém, na NFL, há vozes que gritam a importância de se levantar essa bandeira social há muito tempo.


Nos últimos anos, a liga tem aberto a possibilidade de usar sua visibilidade em prol desta luta. Contudo, a realidade não será fácil de ser mudada.


Considerando o cenário de 2021, mais de 70% dos atletas da liga são negros. Essa porcentagem muda radicalmente quando são consideradas posições de liderança como donos de times, treinadores principais e gerente gerais.

Mudar esse fato dependerá de um esforço comunitário, serão necessários todos nós para isso; e é justamente essa a mensagem que o lema “It Takes All of Us”, adotado pela campanha promovida pela liga em 2020, quer passar.


No entanto, a luta contra o racismo dentro da NFL não se traduz nos atos recentes. Desde 2016, esta é uma questão social que permeia a liga com mais intensidade, com destaque para o caso do quarterback do São Francisco 49’s, Colin Kaepernick.


Kaepernick recursou-se a se levantar durante a execução do hino dos Estados Unidos, como forma de declaração contra a violência policial com pessoas pretas. Sua atitude desencadeou uma onda de protestos ao longo da temporada, quando seus companheiros de liga passaram a se ajoelhar durante o hino com o mesmo propósito.

Esse comportamento repercutiu em todo o país, tanto ganhando apoio de simpatizantes pela causa, quanto críticas de pessoas que não entendiam que o gesto nada tinha a ver com desrespeitar a bandeira, mas expressar descontentamento com uma situação específica que o país estava vivendo e ainda vive.


Fato é que no fim daquela temporada, apesar de nada ter a ver com as estatísticas de jogo mostrados pelo atleta como quarterback do time, seu contrato foi rescindido. E, desde então, o atleta permanece fora da liga.


A semente plantada por Kaepernick tem rendido frutos desde então, frequentemente levando a bandeira antirracista aos holofotes através das reverberações de seu ato.


Em 2020, times como Washington Commanders (então, Redskins) e Carolina Panthers removeram de seus estádios monumentos que homenageavam figuras conhecidas por falas e atos racistas. Em 2021, o técnico do Las Vegas Raiders à época, Jon Grouden, foi demitido da liga por, entre outros graves motivos, ter usado termos racistas em um e-mail.


Recentemente, as vozes contra o racismo voltaram a se exaltar com o caso de Brian Flores, ex-técnico do Miami Dolphins, que está processando a NFL e mais 3 franquias da liga, alegando discriminação a ele e a outros treinadores negros.


Ele afirma inacessibilidade à cargos como treinadores principais, coordenadores ofensivos e defensivos, e treinadores de quarterbacks, bem como gerentes gerais. Além disso, acusa a liga de se esconder atrás da Rooney Rule para disfarçar o racismo estrutural dentro da NFL.


A Rooney Rule foi uma regra criada em 2003 para tentar melhorar a situação dos profissionais pertencentes a minorias. Ela incentiva a contratação de pessoas pertencentes à grupos minoritários para promover e oferecer oportunidades para liderança diversificada em toda a NFL. Por meio das melhores práticas de contratação, a Rooney Rule visa aumentar o número de minorias contratadas em cargos de treinador principal, gerente geral e executivos.


A política originalmente exigia que todas as equipes com uma vaga de head coach entrevistassem pelo menos um ou mais candidatos pertencentes à minorias antes de fazer uma nova contratação. Em 2009, a política foi alterada para incluir cargos de gerente geral e cargos equivalentes de front office.


Um relatório divulgado pelo Global Sport Matter forneceu detalhes sobre a composição racial/étnica das 18 temporadas desde a implementação da Regra Rooney para responder à pergunta: Quais são as semelhanças e diferenças para treinadores de cor e brancos? Esses números mostram comparações instantâneas de treinadores da NFL recém-contratados divididos por raça em 2002-03 vs. 2019-20.


Em 2021, a NFL aprovou mudanças exigindo que todas as equipes entrevistassem pelo menos dois candidatos minoritários para cargos de treinador e pelo menos um candidato minoritário para um cargo de coordenador. Além disso, um candidato minoritário e/ou feminino deve ser entrevistado para cargos de nível sênior (por exemplo, presidente de clube e executivos seniores).


Brian Flores foi entrevistado por várias franquias em 2022 para assumir o cargo de treinador principal. Recentemente, ele foi contrato pelo Pittsburg Steelers como treinador de linebackers e assistente de defesa sênior. Além disso, a temporada 2022 começa com dois head coaches negros: o recém contratado Lovie Smith, do Houston Texans; e Mike Tomlin, que segue à frente do Pittsburgh Steelers. Foto: Reprodução Fox 29,Vox e Global Sports Matter

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