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Um universo paralelo na Sideline: o palco e os bastidores das Cheerleaders

Atualizado: 9 de mar. de 2022


As líderes de torcida fazem parte da cultura norte-americana há muitas décadas e integram o show que a NFL proporciona aos fãs e torcidas até hoje. As cheerleaders, no entanto, sempre dividiram opiniões e, recentemente, voltaram às manchetes através de notícias revoltantes envolvendo condições de trabalho e assédio.


Na verdade, Cheerleading é considerado um esporte americano que trabalha o lado artístico e esportivo dos atletas, em que a performance de habilidades tem o propósito de incentivar e torcer por um time através de danças, saltos, coreografias e acrobacias. Ele está presente em várias ligas de diferentes modalidades esportivas.


Fora do campo, as líderes de torcida da NFL desfrutam de uma boa notoriedade como dançarinas, modelos e atrizes profissionais. Além disso, elas geralmente podem ser vistas como uma organização de serviço comunitário, pois fazem aparições em todo o seu estado, participando de eventos em instituições sociais e de caridade, representando seus times. Importante destacar que ser uma líder de torcida em uma organização da NFL é representar a organização da empresa e a imagem que ela deseja transmitir.


No Brasil, desde 2008, esta modalidade vem ganhando bastante notoriedade. Algumas escolas da educação básica já oferecem a opção em seu currículo e universidades brasileiras já começaram a integrar o cheerleading nos calendários esportivos das atléticas, como o caso da Universidade Federal de Uberlândia, que desde 2017 realiza torneios para sua comunidade universitária.



Inclusive, o Brasil já conta com uma Confederação Brasileira de Cheerleading e Dança, cuja atual presidente é Lara Rouillard. Atualmente, Lara é a única brasileira presente na NFL.


Ela integra o esquadrão do New England Patriots e contou detalhes de sua trajetória e de sua rotina como cheerleader em uma entrevista incrível com a equipe da Girl Power NFL, no canal do YouTube "4th pra Duas". Confiram a entrevista na íntegra!



Apesar do cheerleading levantar questões sobre estereótipos de gênero, pois há uma grande predominância do gênero feminino no esporte, especula-se que antes da Segunda Guerra Mundial os líderes de torcida eram todos do gênero masculino que vestiam suéteres e calças formais.


Em 2021, a franquia de Washington anunciou que vai adotar uma equipe mista de dança na tentativa de ser mais inclusiva e definir um novo padrão na liga, segundo afirma Petra Pope, conselheira sênior do time.


Uma outra questão que tem sido muito debatida são os uniformes do esquadrão que, desde a década de 70, após a mudança na vestimenta apresentada pela equipe do Dallas Cowboys à época, suscita discussões acerca da mensagem que a sensualidade do figurino passa aos torcedores.



Nos últimos anos, as franquias da NFL têm adotado looks mais atléticos e menos reveladores. No entanto, esse não é o único problema a ser solucionado.



Na última década, a NFL registrou alguns escândalos graves envolvendo suas líderes de torcida. O The New York Times fez uma publicação sobre um escândalo envolvendo o time de Washington. Suas cheerleaders se sentiram expostas depois de um ensaio de fotos sensuais para um calendário e algumas das líderes de torcida chegaram a ser selecionadas para serem acompanhantes de alguns patrocinadores do time, apesar de não envolver nenhum tipo de relação sexual, segundo apurações. Recentemente, novas acusações vieram à luz contra o dono da equipe, Daniel Snyder.


Em fevereiro de 2021, as líderes de torcida da NFL exigiram que a organização divulgasse o relatório completo sobre a cultura no local de trabalho depois que seus treinadores (John Grouden e Bruce Allen) foram acusados ​​de divulgar secretamente suas fotos nuas por e-mail.


No dia 16 de fevereiro deste ano, a ESPN Americana revelou documentos cujo conteúdo constava que o Dallas Cowboys havia pago US$ 2,4 milhões em um acordo confidencial feito com quatro cheerleaders. A acusação envolvia uma denúncia de voyeurismo ocorrido em 2015 contra Richard Dalrymple, então vice-presidente de relações públicas dos Cowboys e conselheiro pessoal de Jerry Jones.


Além das questões de conotação sexual, uma outra condição que merece ser olhada com atenção pela liga são os salários de seus esquadrões. A NFL gera, aproximadamente, mais de US$ 13 bilhões em receita anualmente. Os contratos de jogadores e treinadores ficam na casa dos milhões ao ano e os mascotes recebem, em média, US$ 25.000,00. Já a realidade das cheerleaders é bastante diferente. Algumas líderes de torcida revelaram receber quantias bem menores, chegando à US$ 3.000,00 por temporada em alguns casos. Algumas equipes são muito vagas ao serem perguntadas sobre quanto pagam, mas a maioria paga apenas um salário mínimo.


No ano passado, o documentário “A Woman’s Work: The NFL’ Cheerleader Problem” retratou problemas como roubo de salário, condições inseguras de trabalho, assédio sexual e discriminação em várias equipes da NFL.


Fotos: Reprodução IMDb / Globo Esporte / Futebol Americano Brasil / CNN Brasil

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