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Quais os fatores que fizeram o Los Angeles Rams vencedor do Super Bowl LVI

Atualizado: 23 de fev. de 2022



O Super Bowl LVI aconteceu no dia 13 de fevereiro de 2022, em Los Angeles, e teve como seu grande campeão os Rams. Porém um SB não é vencido apenas em uma partida, então vamos voltar um pouco no tempo e analisar a offseason de 2021.


O time conquistou o título com uma campanha de 15 vitórias e 5 derrotas na temporada regular, sendo o vencedor da Divisão NFC West. E eliminando grande favoritos como o Tampa Bay Buccaneers e o Arizona Cardinals.



TROCA DE QUARTERBACK COM LIONS


Em janeiro de 2021, os Rams e os Lions negociaram a troca de seus quarterbacks. Os Rams abriram mão de duas escolhas de primeira rodada e uma escolha de terceira rodada dos Drafts de 2022 e 2023, para enviar Jared Goff para Detroit e trazer Stafford para L.A.


Muitas foram as dúvidas sobre a qualidade desta troca feita pelos Rams. Apesar do desempenho de Goff estar à época evidentemente limitado e não haver bons prospectos para que os Rams pudessem novamente chegar aos Super Bowl com o quarterback, existiram analistas que criticaram a troca por Stafford ter saído caro demais.


Uma troca de quarterbacks na NFL é incomum, ainda mais dois jogadores que foram selecionados com a primeira escolha geral em suas respectivas classes de draft, Stafford em 2009 e Goff em 2016.


Alguns fatores não ajudavam Stafford a ser cotado como o futuro promissor de Los Angeles. O jogador não está ficando mais jovem e já contava com 33 anos quando foi trocado, além disso, seu histórico de lesões são um incômodo constante para os times, e o mais recente um problema nas costas.


Mas a dúvida que sempre pairou sobre os Lions, migrou para os Rams: Seria Stafford um bom QB com um time ruim ou um QB mediano simplesmente.


Matthew Stafford começou a a trabalhar em um sistema ofensivo que tem sido generoso com os quarterbacks, atrás de uma linha ofensiva que se destaca na proteção de passe, e com bons recebedores como Robert Woods, Cooper Kupp, Tyler Higbee, Gerald Everett e Van Jefferson.


Enquanto Goff foi para uma equipe em reconstrução.


E a temporada regular de 2021/2022 conjuntamente com os playoffs e a vitória do time no Super Bowl LVI demonstram o quanto os Rams acertaram em trocar por Stafford, fazendo com que o preço pago pelo quarterback tenha sido baixo, perto do retorno que o jogador trouxe para a franquia.



COOPER KUPP RENOVADO


Outro fator determinante para que os Rams pudessem conquistar o SB LVI, numa temporada em que o time apostou tudo para ganhar, foi o desempenho de Cooper Kupp.


O jogador foi draftado em 2017 pelo time de Los Angeles e desde então teve resultados positivos mas discretos juntamente com Goff.


Apesar da amizade existente entre Kupp e Goff, é notório que a conexão com Stafford foi imediata e eficaz.


Kupp foi draftado como notas medianas no Combine, com uma avaliação geral de 45 pontos de um total de 100. Não era, e não é, o mais rápido, o maior, nem o mais ágil wide receiver que já se viu na NFL, porém é o melhor me quebras de rotas, sendo um recebedor de slot mas que facilmente faz transições para fora.


O WR ainda conquistou nessa temporada a tríplice coroa, sendo o recebedor com mais recepções, mais jardas recebidas e mais touchdowns marcados, ultrapassando a marca de Calvin Johnson, WR do Detroit Lions, que atingir o recorde em 2012, quando jogada com um quarterback que já conhecemos: Matthew Stafford.



A melhora de Kupp é diretamente proporcional à vinda de Stafford para os Rams, assim como o exponencial aumento da eficácia do ataque do time.


Não foi a toa que o WR recebeu o prêmio de MVP do Super Bowl e foi muito cotado para receber o prêmio de MVP da temporada regular.



MCVAY WEST COAST OFFENSE Quando se pensa em estilo de jogo agressivo contemporâneo na NFL, o primeiro nome que vem a mente é: SEAN MCVAY.


Em sua primeira temporada, McVay revitalizou um time do Rams que tinha o ataque de menor pontuação da liga no ano anterior para o time de maior pontuação de 2017 a caminho do título da NFC West.


Jogador de futebol americano da Geórgia, McVay derrotou Calvin Johnson pelo prêmio de Jogador do Ano da Georgia High School em 2003. Começou como treinador assistente de wide receivers para o Tampa Bay Buccaneers em 2008.


McVay foi contratado por Mike Shanahan em 2010 como treinador assistente de tight ends aos 24 anos, antes de ser promovido a treinador de tight ends um ano depois. Quando Jay Gruden assumiu o cargo de treinador principal em Washington em 2014, McVay foi promovido a coordenador ofensivo com apenas 28 anos – passando três temporadas no cargo antes de ser contratado pelos Rams em 2017.


Fruto da escola ofensiva da Costa Oeste, Sean McVay se tornou o treinador mais jovem da história da NFL e levou a franquia a alturas não vistas desde os dias de "The Greatest Show on Turf".


Como se não bastasse, embora ele tenha apenas 35 anos, três de seus ex-assistentes já encontram-se ocupando cargos de treinador principal em franquias da NFL, um deles inclusive seu adversário no Super Bowl LVI, Zac Taylor.


O sistema de jogo de McVay é representado por passes curtos e de alta precisão, com golpes diretos de 10 a 15 jardas, ao invés de lançamentos longos de 4o ou 50 jardas. Este estilo de jogo é perfeito para quarterbacks com braços fracos mas precisos (como Matthew Stafford), permitindo assim rotas curtas ou intermediárias, nas quais os recebedores com muita capacidade de corrida (como Cooper Kupp e Odell Beckham Jr) poderão compensar a falta de jardas no passe.


McVay demonstrou que uma Nova Era do coaching da NFL está chegando para ficar e conquistar muitos títulos.



FEARSOME FOURSOME DA ATUALIDADE


Por fim, mas não menos importante o reforço mental e de peças foi importante para os Rams nessa campanha espetacular.


A mudança começa pelo coordenador defensivo, Raheem Morris, sendo um coach também fruto da árvore de Mike Shanahan. Com isso McVay, por querer manter o esquema defensivo ao bom e velho estilo Vic Fangio que Brandon Staley havia consolidado na defesa dos Rams, chamou Morris para aquele pimenta que faltava na sua defesa.


Resultado de todo esse trabalho é resgate da história do time, detentor da melhor linha defensiva da NFL com Merlin Olsen, Rosey Grier, Deacon Jones e Lamar Lundy, o quinteto temível.


Hoje, Los Angeles Rams não tem um quinteto, mas um trio temível, com Aaron Donald, Von Miller e Leonard Floyd.


Donald não é apenas três vezes Jogador Defensivo do Ano, mas o melhor jogador da última década, e foi amplamente reconhecido como tal diante de sua atuação decisiva na final entre Rams e Bengals.



Seus dois companheiros de linha, Greg Gaines e A'Shawn Robinson, são do tamanho de Donald e tornam os Rams extremamente difíceis de enfrentar. O outside linebacker Von Miller, MVP All-Pro e Super Bowl com o Denver Broncos, se recuperou de uma lesão em 2020 e deu uma defesa de elite de LA.


A adição de Von Miller marcou o último movimento na busca contínua dos Rams para permanecerem como candidatos ao Super Bowl LVI, dando um cheque mate na linha ofensiva dos adversários. O outro apoiador externo, Leonard Floyd, é um bom pass rusher por direito próprio. Floyd teve um time líder de 18 QB pressas para ir com seus 9,5 sacks nesta temporada. E por fim Jalen Ramsey está entre os melhores cornerbacks da NFL, um dos poucos preciosos que não serão automaticamente superados contra Chase.


A grandiosidade dos Rams na frente é um pesadelo em potencial para os demais times, principalmente aqueles cuja fraqueza mais clara é sua linha ofensiva. Bloquear Donald, Miller e Floyd requer habilidade, atletismo, precisão e consistência.


Concluindo, os Rams trouxeram para essa temporada a máxima de "Super Bowl or Bust". O time derrotou todas as estatísticas pré temporada que diziam que, de acordo com o Football Power Index da ESPN, os Rams tinham 98,8% de chance de ir aos playoffs, 20% de chance de uma aparição no Super Bowl e 11,5% de chance de ganhar o Troféu Lombardi dentro de seu estádio em 13 de fevereiro.


Assim, diante dessa ideologia de Super Bowl ou o fracasso, ficou nítida a escolha do time pelo título do Super Bowl LVI.


Por Daniela Germano


Foto: Reprodução Twitter/Los Angeles Rams

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